Há quem queira um novo 25 de Abril. Nós queremos o 25 de Abril que nunca houve. Não queremos a libertação de alguns, queremos a libertação de todos.
Uma mudança política é necessária e urgente, mas essa mudança tem hoje de expressar uma profunda transformação da mentalidade, uma mutação da civilização. Do mesmo modo que as populações humanas - sobretudo as do hemisfério Sul e as dos países intervencionados pela Troika, entre os quais Portugal - não mais suportam o empobrecimento e o desemprego crescentemente gerados pelas políticas de austeridade ao serviço da grande finança internacional e dos países economicamente mais fortes, também os animais e a Terra não mais suportam a opressão e a exploração a que o actual modelo de crescimento económico e os nossos hábitos comportamentais e alimentares os condenam impiedosamente. A crise económico-financeira é apenas um dos aspectos da mais profunda crise do paradigma antropocêntrico e da (anti-)economia da ganância que tem devastado os recursos naturais e instrumentalizado os seres vivos – dos operários nas fábricas e dos funcionários nas repartições aos frangos, vacas e porcos na indústria da carne e dos lacticínios - em nome da nova religião do progresso ilimitado entendido como aumento exponencial da produção e do consumo de produtos, bens e serviços maioritariamente desnecessários e prejudiciais apenas para que os investidores obtenham o maior lucro no mínimo de tempo possível e com o mínimo de gastos.
Uma mudança política é necessária e urgente, mas essa mudança tem hoje de expressar uma profunda transformação da mentalidade, uma mutação da civilização. Do mesmo modo que as populações humanas - sobretudo as do hemisfério Sul e as dos países intervencionados pela Troika, entre os quais Portugal - não mais suportam o empobrecimento e o desemprego crescentemente gerados pelas políticas de austeridade ao serviço da grande finança internacional e dos países economicamente mais fortes, também os animais e a Terra não mais suportam a opressão e a exploração a que o actual modelo de crescimento económico e os nossos hábitos comportamentais e alimentares os condenam impiedosamente. A crise económico-financeira é apenas um dos aspectos da mais profunda crise do paradigma antropocêntrico e da (anti-)economia da ganância que tem devastado os recursos naturais e instrumentalizado os seres vivos – dos operários nas fábricas e dos funcionários nas repartições aos frangos, vacas e porcos na indústria da carne e dos lacticínios - em nome da nova religião do progresso ilimitado entendido como aumento exponencial da produção e do consumo de produtos, bens e serviços maioritariamente desnecessários e prejudiciais apenas para que os investidores obtenham o maior lucro no mínimo de tempo possível e com o mínimo de gastos.
Enquanto predominar este modelo e estes critérios económicos dominarem a política, não tenhamos ilusões: a ética e a sustentabilidade serão meras palavras decorativas e vãs, usadas na retórica oficial para encobrir os reais intentos do sistema globalizado em que vivemos, para o qual os seres concretos - os humanos e os animais com carne, sangue, sensações, sentimentos e vidas pulsantes de aspiração ao bem-estar e à felicidade – são apenas quantidades abstractas a contabilizar e rentabilizar ao máximo, até que a morte os liberte da escravatura. E o mesmo em relação à natureza e aos ecossistemas dos quais todos dependemos, que igualmente se reduzem a recursos materiais e energéticos a explorar para manter, não a sua integridade e equilíbrio, mas a rentabilidade do modelo económico dominante.
É por isso que o PAN constitui um projecto de transformação global de Portugal e do mundo, que exorta à mutação das consciências, no sentido de uma ética global, de respeito e cuidado pelo natural direito à vida e ao bem-estar de todos os seres, humanos e não-humanos, mas que sabe que isso tem de ser acompanhado por uma profunda transformação sócio-económica e jurídico-política, que consagre nas normas e nas instituições da nossa vida colectiva os princípios fundamentais de uma nova civilização, baseada num ideal de justiça integral abrangente de todos os seres e da Terra.
Infelizmente o PAN é cada vez mais necessário, como alternativa a uma situação que se degrada a cada instante e como voz dos imperativos de um mundo novo, pois nenhum outro partido ou força política tem a visão global que une as três causas, humana, animal e ecológica, nem a percepção das grandes questões e desafios hoje colocados a uma civilização em colapso. Mais do que um partido tradicional, oferecemo-nos para ser a voz e o braço da consciência e da acção política e a plataforma de diálogo e convergência dos múltiplos grupos, associações e movimentos da sociedade civil que buscam contribuir, em áreas específicas, para um novo paradigma civilizacional, no qual são essenciais a ética global, a democracia participativa, a transição para uma economia de recursos e uma cultura da paz, da expansão da consciência e da cooperação fraterna que privilegie outros indicadores de progresso pessoal e social, como o da Felicidade Interna Bruta.
Se sentes em ti o fermento da irreverência e da mudança, se não te conformas a ser mais um “cadáver adiado que procria”, como escreveu Pessoa, se aspiras ao 25 de Abril que nunca houve, o da libertação de todos os seres e da Terra, junta-te a nós e vem PANdemizar Portugal e o mundo!
Paulo Borges
Presidente da Direcção Nacional do PAN
24 de Abril de 2013
Infelizmente o PAN é cada vez mais necessário, como alternativa a uma situação que se degrada a cada instante e como voz dos imperativos de um mundo novo, pois nenhum outro partido ou força política tem a visão global que une as três causas, humana, animal e ecológica, nem a percepção das grandes questões e desafios hoje colocados a uma civilização em colapso. Mais do que um partido tradicional, oferecemo-nos para ser a voz e o braço da consciência e da acção política e a plataforma de diálogo e convergência dos múltiplos grupos, associações e movimentos da sociedade civil que buscam contribuir, em áreas específicas, para um novo paradigma civilizacional, no qual são essenciais a ética global, a democracia participativa, a transição para uma economia de recursos e uma cultura da paz, da expansão da consciência e da cooperação fraterna que privilegie outros indicadores de progresso pessoal e social, como o da Felicidade Interna Bruta.
Se sentes em ti o fermento da irreverência e da mudança, se não te conformas a ser mais um “cadáver adiado que procria”, como escreveu Pessoa, se aspiras ao 25 de Abril que nunca houve, o da libertação de todos os seres e da Terra, junta-te a nós e vem PANdemizar Portugal e o mundo!
Paulo Borges
Presidente da Direcção Nacional do PAN
24 de Abril de 2013